Agora não, agora estou no meu cristal.
Estou intretido com meus pensamentos, minhas ideias.
É só aqui que eu consigo isso.
Aqui estou imune aos horrores da vida.
Depois eu vou e mato o leão nosso de cada dia.
Agora não.
Agora estou aqui quieto. Imerso em mim, Imenso mar.
Aqui sou Vênus sou Marte. Sou nuvem que parte pra qualquer parte.
Sei lá, Xangrilá.
Aqui me recarrego, rego as plantas, ouço um reggae.
Os instrumentos estão impecavelmente afinados em meus ouvidos. Acordes raros.
Aqui escuto poemas que fazem eu me tornar uma pessoa melhor.
Aqui tenho a cama que eu escolher, posso querer a mulher que eu quiser.
Uma tarde fria num sábado ensolarado no inverno, no Cassino.
As velhinhas passeam nas suas tricicletas com seus cabelos de algodão.
Uma andorinha preta e branca risca a poça d'água azul e quebra o espelho do céu com uma bicada.
Agora nenhuma criança chora, nenhum telefone toca. Não há gripes.
Aqui há clima, aqui há climax.
Golondrinas, picaflores, amapolas; neurônios férteis.
Nessa terra de gigantes, que trocam vidas por refrigerantes.
Me deixem.
Daqui há pouco eu vou.
LUNAR
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Mi maior de gavetão
Nego véio gaiteiro, já quase meio cansado, cada vez mais inspirado, faz o meu olho brilhar.
De tão bem tocada essa gaita os acordes parecem falar.
Encanta-se assim o Lunar, também com tanta franqueza.
Cada acorde é uma pureza, cada gesto é poesia pro artista interpretar.
Nego véio da gaita, já quase meio parando, me deixas assim a pensar.
És um véio tão apaixonado que não consegues mais parar.
E então vai assim devagar.
Devagar quase pairando.
E os olhares hipnotizando, e a gaita velha a chorar.
Poesia de Lunar e pintura de Edmundo Rodrigues ( Mi maior de gavetão )
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Ave marinha
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