sexta-feira, 1 de julho de 2011

A lua iluminando a cena

Um gaudério um pingo e um cusco.
A lua, sorrindo num quarto crescente, iluminava a cena.
A barra vermelha quase morta no horizonte,
Os grilos e sapos marcavam a música no campo.
Não fosse uma perdiz levantar de susto,
pareciam estar sozinhos sob o céu da pampa.
O homem o pingo e o cusco.
O violão atravessado nas costas,
tira do gaucho o ar severo que o frio le confere à face.
No pensamento,
a lembrança da amada e do perfume daquela trança que tanto o enfeitiça.
O cheiro de lenha queimando e a cachorrada acuando ao longe, prenunciam estar perto das casa.
O coração do cuera,
que não faz causo nem com a lida bruta do campeiro,
dispara.
Fazendo o homem rude sentir-se alvorotado embaixo do pala.
E já pensa um verso novo pra prenda, que de certo tá esperando.
Uma mulita cruza o pasto na frente do cavalo.
O último Tcharrã grita num cincerro no manancial acerca.
E lá vão os três.
No bate casco sereno do cavalo.
A lua iluminado a cena.

LUNAR