sábado, 27 de novembro de 2010

Tamos aí na peleia

Tamos aí na peleia, mano.
E tu creia ou não creia ainda estamos vivos.
Certos que erramos, mas com malandragem na veia.
Escravos sempre do nosso único compromisso.
Sobreviver dia a dia, tiro após tiro.
E tendo ainda assim que mostrar um sorriso.
Desmontando monstros é como eu me viro.
E quando eu não dou conta conto com os amigos.
Pai e mãe, irmãos. Mulher e filhos.
São o meu sermão, são o meu brilho.
Tamos aí na briga, na obriga de continuar.
Sobe o morro e desce o morro e mais um dia tá lá.
Um sistema viciado pronto pra me derrubar.
Pode ser que ele consiga, mas eu caio em pé.
O guerreiro que é guerreiro sabe como é que é.
Num dia tá foda no outro cai do céu
um bilhete premiado do papai noel.
Nesse ano pode ser que eu tenha mais.
Pra viver sossegado, pra trabalhar em paz.
Se não vem, não dá nada, estamos acostumados.
Construir um futuro bom é lutar pelo nosso passado.
Tamos aí na peleia, mano, dançando sobre os destroços.
somos bons, bota fé, não vão ver nossos ossos.
Somos livres e entendemos que o caminho é o bem.
Mas se vem contra nós não vamos ter remorsos.
Venha vida, vem que tem, vem com tudo.
O nosso escudo é o estudo, estamos muito bem.
Tamos aí na peleia. Somos queixo duro.
Pode crê, tá seguro, fortes como ninguém.




Lunar

domingo, 21 de novembro de 2010

Os filhos do crack

Rótulos, royalties, rixas, rachas e papagaiadas em Brasília.
Salafrários fedendo à sacanagem ,fodendo as nossas cartas montados em salários exorbitantes.
Rodeios inventados por pobres exibicionistas que tentam se equivaler a potros e touros endemoniados.
Maquetes tochas, toscas, quixotescas; grotescas engenharias Talebãs.
Manchetes cínicas a vender notícias viciadas sobre os isqueiros do crack.
Mortos vivos presos entre a pedra e a aflição das famílias chocadas com a própria falta de limites.
A volta dos que nem foram?
A bolsa craqueada.
Computadores craqueados.
A fobia dos putos que odeiam putos e putas e negros e minorias indefesas.
O pior cego é aquele que não quer ser.
Um ensaio sobre a cegueira?
Árvores derrubadas à toa para suprir a confecção de caixões usados para devorar os auto massacres dos fins de semana.
Kamikazes?
Camisetas de auto ajuda vestidas sobre corações rancorosos.
A simplicidade esquecida em um canto onde monges e ambientalistas meditam soluções.
Convulsões, comoções continentais.
Pêsames, pesares.
Pesadelos prenhos.
Barack Obamas engessados promovendo a crise mundial; alimentando a chama dela com zilhões de dólares invisíveis.
Jovens férteis transformados em lobos propulsores do consumo desatinado, lutando ávidos por mais e mais metal.
Promovendo um curso de desenvolvimento condenado. Osteoporótico.
Calotes consignados, monitorados por sorros e caranchos.
Um prognóstico sombrio.
Rins, fígados, corações e córneas desperdiçados em explosões ou em gavetas de cemitério, enquanto o médico que poderia salvar a tua pele morre à espera de um transplante.
Gerações futuras acorrentado camas a corpos sem alma, batizados de filhos do crack, ou talvez de algo pior que ainda nem nasceu.

LUNAR

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A serviço da arte

Insights instintivos
a serviço da arte.
Instintos inventivos
a serviço do som.
Inventos improváveis
a serviço da arte.
Feitos impossíveis
a serviço do sonho.
Sem saber que era impossível ele foi lá e fez.
Sem parar pra ver se era difícil, ele fez.


Lunar