sábado, 31 de julho de 2010

A PEDRA LUNAR

Foi por aí que eu me vi, nas ruas de Bagé, eu quase cresci.
Pedra da lua eu não vi, um presente do general, eu quase esqueci.
Auxiliadora aprendi, uma vela na janela, amigos eu tive.
São Sebastião me falou das estátuas do cemitério, dos tigres do forte.
Vi os meus sonhos voarem nas pandorgas do meu avô.
Eu vi crescer por aqui a nova colônia alemã, vi negros e árabes.
Bárbaros santos eu vi, no batalha bailavam sempre. Eu não pude ir.
Fui nas carreiras do prado, nos balaços da catedral, na casa do Príncipe.
Foi lá No 15, ou na 7, ou no passo do 11, ou no 93.
Que eu vi brotar as raízes dos índios abagualados.
A conquistadora.
A pedra da lua.
Pode-se tirar um guri de Bagé, mas nunca se pode tirar Bagé de dentro dele.

Lunar

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